Quem vem conversar com a gente hoje é o Gustavo, um grande amigo de antes, durante e depois de nascerem as gêmeas que me motivaram a escrever esse blog que vos fala.
Ele é pai de dois, engenheiro, ciclista por necessidade, fotógrafo por paixão e escritor quando dá tempo.
Hoje, Gustavo vem falar sobre uma parte de sua rotina como pai, principalmente no papel de cozinheiro quase chef:
Comer é bom demais. Um dos melhores prazeres da vida, de fato! Seja onde for, como for e na idade que for. Não é a toa que boa parte da nossa vida, é dedicada ao nosso paladar. Seja degustando, seja colocando a mão na massa. Ou até, estudando sobre o assunto.
Todo mundo sabe a labuta envolvida tanto na primeira amamentação, quanto nas primeiras papinhas, até quando as crianças começam a fazer aquela seleção do que gostam e não gostam.
Instintivamente, ou não, todas as nossas crianças, um dia, já pegaram brinquedinhos e fizeram “comidinha” como se estivessem na cozinha.
Muuuito infelizmente, antigamente, era comum nossos antepassados “danarem” conosco com aqueles famosos dizeres: “Lugar de menino não é na cozinha!”.
E há algum tempo, me questionei: por que não?
E lá fui tentar romper com este paradigma que parecia não fazer sentido algum.
É bem verdade que na dinâmica nossa do dia a dia, a gente acaba focado demais nos afazeres. Neste caso, em cozinhar rapidamente, sem tentar olhar o que se passa em volta.
Aqui em casa, era comum as crianças ficarem brincando enquanto me dedicava à função de cozinheiro, especialmente nos finais de semana em que dá aquela preguiça de sair para almoçar ou jantar.
E por que não incluí-las?
Há algum tempo, meu rapaz de 10 estava estudando em história sobre povos imigrantes do Brasil. No estudo sobre as culturas, apareceu a culinária Italiana. No livro, descreveram a receita de Brusqueta.
Partindo dele a ideia, resolvemos já naquela semana, comprar os ingredientes para fazermos o exótico prato.
É fato que os meninos sempre participaram das compras do mercado, mas, neste dia em que incluímos os ingredientes da receita, foi diferente.
A curiosidade sobre os ingredientes que usaríamos e o envolvimento na escolha cuidadosa de tudo, principalmente na parte de hortaliças, foi ainda maior.
A ansiedade era grande quando chegamos em casa.
Passamos o restante da noite preparando e degustando o prato. (Infelizmente, minha menina de menos de 3 anos acabou adormecendo em meio ao processo, mas chegou a auxiliar um pouco na parte de lavagem dos alimentos).
E é incrível como o envolvimento dos meninos em todo o processo (desde a compra até o prato final) os faz ter muito mais gosto pela refeição. Seja em cima da cadeira lavando os vegetais, seja montando os ingredientes no prato. Dentro de tudo, os meninos tomam gosto pelo alimento. Até mesmo por aqueles vegetais que, muitas vezes, acabam sendo rejeitados. Enquanto picávamos os tomates, por exemplo, as crianças iam comendo alguns pedaços frescos e sem tempero algum.
Depois dessa, já foi mais um bocado de outras receitas, como hambúrguer por exemplo.
E, desde os tempos em que incluí os meninos em afazeres como este, fica também nítido o respeito que eles tomam pelas atividades de casa e como isso desperta a vontade de participarem de algo que é tão importante para a nossa convivência como um todo.
Fica aqui a receita (e o processo) da nossa “Brusqueta kid’s made” (com as devidas adaptações para o envolvimento das crianças).
