Na minha busca para lidar melhor com a seletividade que as meninas começaram a manifestar quando chegaram aos dois anos, li o livro Meu filho não come! – conselhos para prevenir e resolver esse problema do pediatra espanhol dr. Carlos González.
Foi uma leitura tão boa e esclarecedora que fiquei me perguntando porque diabos não li o livro antes mesmo de começar a introdução alimentar das meninas. Teria me poupado muitas rugas e cabelos brancos com preocupações desnecessárias e tolas que surgiram ao longo do processo.
Dr. Carlos González começa explicando que a inapetência é um problema de equilíbrio entre o que uma criança come e o que sua família espera que coma. Essa ideia aparentemente simplória guarda uma verdade grandiosa e tem a capacidade de resolver grande parte dos problemas na vida cotidiana de alimentação dos pequenos. Se reajustarmos as nossas perspectivas com relação ao que a criança quer comer e ao que nós queremos que ela coma, muita luta se torna desnecessária e muito tempo é ganho. Se essa perspectiva estiver desarranjada, surge um conflito que pode ser mais um fator de culpa para a mãe, que tenderá a achar que a rejeição da criança à comida é resultado de algo que ela fez ou deixou de fazer.
O autor argumenta com muita lógica que as crianças tendem a comer menos porque o ritmo de crescimento vai diminuindo com o tempo e não obedece a proporção do primeiro ano (nem poderia!). Desmistifica as tabelas de peso e recomenda não colocar a balança como protagonista, mas analisar o desenvolvimento geral da criança.
Frisa que as crianças sabem do que precisam e devemos confiar na sua capacidade inata de procurar os alimentos de que necessitam e comer a quantidade adequada. Quando tentamos lhes dar mais comida do que precisam, as crianças manifestam suas defesas fechando a boca, girando a cabeça ou mesmo vomitando. Tudo para mostrar que elas não querem e não precisam mais comer e que nós passamos do ponto!
Ao longo do texto, o autor reforça a importância da amamentação em livre demanda e do caráter complementar da alimentação sólida quando da sua introdução, condenando o desmame precoce. Desmascara ainda alguns mitos contidos em orientações de pediatras acerca da alimentação dos bebês.
Dentre as práticas que o autor condena na hora de comer estão a insistência exagerada, as comparações detestáveis, os subornos e os estimulantes de apetite.
O mote é o respeito à liberdade e independência da criança para se alimentar. O autor é taxativo em dizer que não devemos obrigar as crianças a comer. Mais cedo ou mais tarde elas comerão. Se a preocupação é com o desperdício e como evitar jogar tanta comida fora, sua solução é simples: não coloque tanta comida no prato do bebê, não insista em servir porções que sabe que ele não irá comer!
Querida, vc acha mesmo que uma criança vomitaria para mostrar que não quer comer? Meu filho de 1 ano e 3 meses mama em livre demanda. Diferente dos outros 2, ele não está interessado no alimento sólido, mas ama de paixão o Tetê. Há dias em que come, mas há outros que colocar na cadeira já é motivo de choro. Me preocupo pq já 4 meses ele está com o mesmo peso. Um pouco de anemia que segundo o pediatra, é normal pra idade.
Eu fico arrasada achando que não tenho oferecido comida de qualidade ou atraente o suficiente para meu pequeno.
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Oi, Giselle! Obrigada pela sua mensagem. Olha, essa questão da alimentação é complicada para a maioria das mães. Você não está sozinha. Não se cobre nem julgue tanto. Tenho certeza de q vc está oferecendo o melhor alimento e fazendo tudo o q pode pela saúde do seu filho. Já se vê isso só pelo fato de vc ter se esforçado para amamentá-lo em livre demanda até essa idade. Parabéns!!!
Quando o bebê ainda mama leite materno, muitas das necessidades são supridas pelo leite. Ai a criança acaba comendo menos e a mãe morre de preocupação. Seu filho deve comer, pouco, mas come não? Algumas crianças não tem o mesmo interesse de outras pelo alimento sólido; isso pode vir com a idade e com o hábito. Para eles é melhor e mais confortável o leitinho quentinho da mãe; comer dá trabalho e não sacia da mesma forma.
Dê tempo ao tempo. Essa questão vai se ajustar. Vc pode ver q cada criança é de um jeito quando vc compara seu bebê aos seus outros filhos não é?
Além disso, depois de certa idade, a criança não ganha peso crescente e constante como no primeiro ano. O ganho de peso diminui com o tempo e isso é normal; se mantivessemos a mesma proporção de ganho do primeiro ano seriamos todos obesos. rs.
Sobre vomitar por não querer comer mais, minha filha Laura já fez isso algumas vezes. Forcei umas colheradas finais e daqui a pouco ela estava repunando e colocou tudo para fora.
A criança está mais conectada com o corpo. Sabe melhor do q nós atender as próprias necessidade de alimentação. Tente confiar um pouco mais no seu bebê nesse aspecto e dar a ele certa liberdade para comer ou não. Pode tirar a sobrecarga de estresse do momento da refeição e ajudar a melhorar o apetite e o interesse dele.
Boa sorte ! Tudo ficará bem. Essa fase passa… Beijos, com carinho
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