Logo que o bebê nasce, um assunto insistente vai e volta nas conversas com amigos, vizinhos, familiares: as cólicas do recém nascido.
“O bebê está tendo cólicas?”, “Não; acho que não!”, “Nossa! Que bom. Mas quando começarem as cólicas você vai ver… é um terror!”, “Sério?! É tão grave assim?”, “Menina, é terrível, um choro sem fim, noites inteiras em claro, nada resolve, uma loucura! Mas fica tranquila, logo passa!”…
É mais ou menos assim, com essa introdução agradável, que você, recém mãe, começa a nutrir suas expectativas com relação ao momento em que seu recém nascido vai dar sinais de ter chegado a esse ponto doloroso da existência de ambos.
Ao mero início de um choro aparentemente sem razão, vem o pensamento inevitável: “Será que é cólica?”.
Para ser absolutamente sincera comigo e com você, não há como saber, com certeza absoluta e inequívoca, se aquele choro é, de fato, cólica. Se depois de repassar aquela lista mental sobre o bebê estar de fralda trocada, bem alimentado e vestido, o choro vier acompanhado de outros sinais como encolhimento das perninhas, abdômen muito rígido, prisão de ventre, dentre outros, há chances de o bebê estar tendo episódio de cólica.
Diante dessa suspeita, surge um arsenal de remédios, tem mandinga e até novena, aparecem palpites e sugestões de todo tipo. A mãe que está amamentando tende a parar de comer quase tudo na esperança de diminuir o desconforto no bebê. Vem massagem e bolsa de água quente. E colo, muito colo…
Acredito que é esse último que faz realmente a diferença nessa equação.
O choro pode ou não ser cólica. No fundo, nem importa tanto. Só não se pode perder de vista que o choro é o único meio de comunicação do bebê nesse momento, é chorando que ele externa suas necessidades e sentimentos mais básicos. E isso é sério. O bebê não chora para te manipular, para te enlouquecer, para te tirar do eixo, para exaurir suas forças já tão gastas; ele chora porque ele está, de fato, sofrendo. Pode até ser de cólica. Mas pode, principalmente, ser de saudade do útero, de solidão, de medo, de insegurança, de saudade da mãe… Pode ser tanta coisa!
No meio desse universo de possibilidades, a única certeza que se tem é que o colo opera milagres. É pegar no colo e o choro se dissipa, o sono chega e o bebê até dorme tranquilo. Coloca no berço, na cadeirinha, no moisés, o chororô recomeça com força total.

Por que insistimos em negar algumas verdades? O bebê precisa de colo! Precisa de calor humano, de contato pele a pele, da sensação de proteção, acolhimento e amor que se tem nos braços de alguém, de preferência da mãe. O pai, obviamente, tem papel fundamental nesse cenário. A ligação do recém nascido com a mãe, porém, é inegável e insubstituível: foram vários meses dentro daquela barriga, ouvindo aquela voz, sentindo os movimentos e sensações daquele corpo. Fora do útero, o bebê se sente seguro nesse ninho já conhecido. Os outros ninhos (vulgo, colos) vão se tornando conhecidos com tempo e dedicação.
É no colo e também no seio da mãe que o recém nascido se sente seguro e essa é uma das razões pela qual ele mama grande parte do tempo. O instinto mais básico do bebê é a sucção e isso, além de matar sua fome, acalma. Seja o choro de cólica ou não.
Esses “remédios” são os mais fáceis, acessíveis e sem contraindicações: colo e peito.
Eu sei que, no pós-parto, a mãe está exausta, insone, esgotada e nem sempre tem

disposição suficiente para atender a intensa necessidade que o bebê tem dela. Como sei disso! Mas é preciso ter calma. Para. Respira. Esse momento parece que não vai passar nunca, mas, confia, ele passa. O bebê precisa muito de você agora; daqui uns meses ele não vai precisar tanto. Ele vai ganhar independência aos poucos. Vai deixar de querer o seu colo o tempo todo. Vai preferir outros colos, outros olhares, outros lugares. Calma. Respira. Você é hoje, mãe, a solução de todos os problemas do seu bebê. É em você e com você que ele sente preenchidas todas as suas necessidades. Não será assim sempre. Na verdade, não será assim na maior parte do tempo da existência de vocês. Respira fundo. Esse breve momento de quase fusão entre mãe e bebê acontece apenas nesse início da vida. Doe-se ao seu filho nesse tempo. Vai ser difícil, vai ser duro, vai parecer interminável, mas, acredite, não é. Vai passar. Quando menos você perceber, vai sentir saudades, saudades daquele tempo em que seu bebê pequenino se encaixava perfeitamente em seu colo e em que o colo curava todo e qualquer mal…
A parte mais difícil deve ser a de lidar com as opiniões alheias.. Palmas pra vocês mães!
E olha eu ali com as duas pequetitas! ❤
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Verdade! Essa parte é realmente uma das mais difíceis… Viu vc ali?rs
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