O livro “Educar na Curiosidade”, de Catherine L´Ecuyer, é de leitura leve e ensinamentos preciosos.

A autora fala da importância de a criança ser vista e colocada no centro do seu processo de aprendizagem e não como mero receptáculos de informações transmitidas pelos adultos.

Catherine começa explicando o que é a curiosidade infantil, como educá-la a partir deste prisma, dando relevo, ao longo desse processo, a sua liberdade interior, natureza e ritmo. Segundo ela, quando damos muitos estímulos externos a criança e estes superam a sua curiosidade, anulamos a capacidade da criança de se motivar por si mesma. Essa dinâmica geraria uma dependência de superestimulação e, como consequência, uma tendência ao tédio.

O livro enfatiza que a curiosidade é o que motiva as pessoas ao conhecimento e crianças são naturalmente curiosas e se admiram com todo o mundo que as rodeia, aspectos que nós, adultos, deveríamos respeitar e incentivar.

A autora destaca que os estudos científicos não comprovam benefícios de estimular precocemente as crianças, ao contrário. A ausência de estímulos seria prejudicial, mas um ambiente familiar saudável e equilibrado já teria os estímulos suficientes e necessários. Ademais, mais importante que a estimulação seria a criação de vínculo de apego seguro entre a criança e seu principal cuidador na primeira infância.

A criança é vista como protagonista da sua educação, uma vez que o processo de aprendizagem se iniciaria dentro dela, sendo o educador apenas um observador.

Condenando o consumismo excessivo, a desconexão com a natureza e a hipereducação, Catherine L´Ecuyer nos estimula a fazer uma reflexão sobre os rumos que a criação e educação infantil vem tomando nestes tempos de excesso de tecnologia e informação para voltarmos o olhar para o que de fato importa neste processo todo, a criança e suas inata curiosidade pela vida e pelo mundo, que deveria ser o norte de todo o processo de educação.