Desde criança, eu fui fascinada por livros. Um dos meus favoritos, era Fábulas de Esopo, com lendas sobre os animais personificados, cheia de história e educação moral. O conto da Cigarra e a Formiga me chamava muita atenção. Enquanto a primeira aproveitava a abundância do verão sem preocupar com seu próprio futuro, a segunda era excessivamente preocupada com trabalho, pensando na sua reserva para os tempos mais frios do inverno.
Essa história traz uma ótima lição para adultos e crianças. Abrir mão de consumir imediatamente em prol do seu próprio (e incerto) futuro ou consumir todos os seus recursos agora e correr o risco de se privar no futuro.
Apesar de a história nos apresentar dois personagens de personalidades extremas, a cigarra perdulária e de estilo de vida bon vivant e a formiga avarenta, com dificuldade de aproveitar minimamente os esforços do seu trabalho no presente. Na vida real, não é necessário ter apenas duas respostas.
Um bom planejamento financeiro destinará parte das receitas pensando em pelo menos 3 momentos do seu futuro: algum imprevisto ou oportunidade que poderá acontecer em curto prazo; a segunda, naquele momento que carinhosamente chamamos de aposentadoria, mas que com certeza, não terá a mesma dinâmica que vemos nos tempos atuais; e, por fim, a realização de sonhos e de consumo, como uma viagem, uma troca de carro.

Mas como saber o valor dessa reserva e como investir? Primeiro volte lá nas informações no MÉTODO REAL. Apure sua renda disponível, avalie a proporção de gastos essenciais do seu parâmetro de consumo, avalie se possui plano de saúde e até mesmo um seguro contra a diminuição da sua capacidade de trabalho. Como ficaria essa capacidade de gerar renda? E que valor nessa reserva te deixaria tranquilo caso acontecesse um evento inesperado nos seu orçamento? Em geral, oriento o montante entre 3 até 12 vezes o valor das despesas essenciais mensais.
Agora que você definiu o valor da sua reserva, e de posse do seu orçamento pronto, você saberá em quanto tempo deverá investir para alcançar essa reserva completa. E deverá ser investida em produtos de alta liquidez, ou seja, na hora que você precisar, está fácil de sacar.
Muita gente ainda ama a poupança para essa reserva, mas cabe aqui um alerta importante, com a redução da SELIC nas ultimas semanas, a poupança passou a render 3,85% ao ano, ante a previsão de inflação de 3,65% para 2019. Em resumo, você corre o risco de perder o poder de compra do seu dinheiro, caso ele se mantenha em poupança. Para um exemplo, em 2015 ela apresentou retorno negativo em 2 pontos percentuais.
Deixo aqui uma listinha de opções de investimentos mais rentáveis, mesmo após o imposto de renda:
TESOURO SELIC (paga 100% da SELIC)
CDB DE LIQUIDEZ DIÁRIA DO BANCO INTER 100% DO CDI
CDB DE LIQUIDEZ DIÁRIA DO BANCO SOFISA 100% DO CDI
ATENÇÃO: Alguns bancos grandes oferecem fundos de resgate automático para substituir a poupança. Toda vez que estiver diante de uma proposta dessa, pergunte sobre a taxa de administração do fundo e qual percentual do CDI o fundo paga (CDI é sempre quase igual à SELIC). Na consultorias, constantemente me deparo com fundos que rendem menos do que a poupança.
Com essa reserva pronta, o orçamento estará protegido de qualquer emergência ou oportunidade que aparecer, além disso, você estará com a lição de casa pronta para aprender mais sobre o mundo das finanças e investir melhor.
Se quiser fazer a etapa do MÉTODO REAL com o meu modelo de planilha de planejamento financeiro, basta mandar mensagem pelo insta @catharina.sacerdote ou pelo e-mail planejar.catharina@gmail.com.
Até a próxima!
Catharina Sacerdote é graduada em Gestão de Pequenas e Média Empresa, pelo Centro Universitário de Brasília; Administração, pela Universidade Católica de Brasília; certificada em Psicologia Econômica pela B3 Educação, e pós-graduanda em Gestão de Investimentos e Riscos, pela FGV. Atua como consultora de planejamento financeiro pessoal e educadora financeira. É autora do projeto “Mulheres e Finanças”, com o propósito de empoderar mulheres através da educação financeira.
concordo com quase tudo, menos na parte da poupança. Ainda que ela não rendesse nada, é uma bela ferramenta para o colchão de segurança, pois tem o principal que é liquidez e segurança. E com o passar do tempo, a RE vai representar uma porção bem pequena do patrimonio da pessoa, logo seu rendimento vai impactar quase nada no rendimento total da carteira.
gostei do blog, vou seguir 🙂
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