O livro “Mindset – A nova psicologia do sucesso”, de Carol S. Dweck, foi uma leitura MUITO importante para mim. Sabe um livro que abre muitas portas, janelas e frestas, ilumina a escuridão e dá esperança no final do túnel? Então… foi ele.
A autora aborda os tipos de mindset ou mentalidade, dividindo-os em mindset fixo e mindset de crescimento e explorando a forma como se manifestam em diversos cenários, contextos, relacionamentos, comportamentos, funções.
A diferenciação fundamental é de que pessoas com mindset fixo pensam, em geral, que as qualidades são imutáveis; temem desafios e costumam desvalorizar o esforço, já que o talento seria nato. Já pessoas com mindset de crescimento entendem que cada um é capaz de cultivar suas qualidades por seus esforços próprios, podendo sempre se modificar e se desenvolver; tendem, assim, a ter mais vontade de aprender e mais perseverança e resiliência.
A autora destaca que somos capazes de mudar nosso mindset, que, no fundo, são as crenças que direcionam muitas de nossas ações.
Nosso tipo de mindset interfere no significado que damos, por exemplo, ao fracasso. Pessoas com mindset fixo, ao invés de verem o fracasso como um fato (“fracassei”), veem-no como sua identidade (“sou fracassado”) e o fracasso pode defini-las de modo permanente.
Já no mindset de crescimento, o fracasso é difícil, mas não define a pessoa: é encarado e dele são extraídos os ensinamentos para melhorar de modo natural.
Carol Dweck afirma que todos temos os dois tipos de mindsets, que pode variar conforme nosso campo de atuação. Todos temos imperfeições e é preciso aceitá-las. Importante, ainda, saber o que desencadeia em nós o mindset fixo e nos leva a um mindset de julgamento e não de desenvolvimento.
Ter consciência desses tipos de mentalidade é importante, pois elas influenciam na forma como vemos o esforço para alcançar um determinado objetivo, a forma como elogios são construídos e recebidos, como reagimos a determinados rótulos ou estereótipos ao longo da vida, como atuamos em posição de chefia, no trabalho em equipe, como nos relacionamentos no ambiente profissional, familiar e até mesmo amoroso, se vemos o outro como adversário ou como colaboradores.
Os tipos de mindset interferem, também, na criação dos filhos e no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem. Demonstramos nossa mentalidade ao elogiar (elogiamos o esforço ou as qualidades/talento das crianças?), ao reagirmos a um erro/fracasso (há reparação ou nos aprisionamos nele?), ao estimular um estudo de memorização apenas ou de compreensão, ao educar para a competição ou para a colaboração, etc.
A autora também destaca que podemos racionalmente nos esforçar para criar e agir em um tipo de mentalidade, mas nosso mindset acaba sendo externado nas nossas ações e em nossas reações primárias, por isso, é importante estar vigilante.
Ela indaga: Quais mensagens passamos para os filhos? Vocês tem características permanentes e as estou julgando? Ou você é uma pessoa em formação e estou interessado em seu desenvolvimento?

Segundo o livro, é possível passar da estrutura de julgamento para a de crescimento e, ao se abrir para o crescimento, a pessoa se tornaria mais ela mesma, com mais individualidade e potência, o que requer tempo e esforço.
A autora finaliza com a recomendação de abraçarmos o nosso mindset, entendermos o que o desencadeia sem julgamentos; dar um nome a ele (isso, você entendeu, dar um nome de verdade para essa pessoa que te habita) e, então, começar a educar o seu mindset, com consciência dos seus gatilhos, autoaceitação e confiança na própria evolução.
Mais do que vale a leitura! Equivale a um processo intensivo de auto observação e análise que pode representar grandes passos rumo ao crescimento pessoal que todos buscamos (ou deveríamos buscar).