Anotar gastos não resolve a vida financeira de ninguém. Essa frase causa muito espanto na maioria das pessoas. Como assim? Eu fiz a etapa 1 do Planejamento financeiro REAL, anotei tudo e isso não vai resolver minha vida financeira?
A resposta é “não” e eu explico: se você optou por apenas anotar os gastos passados, isso não vai mudar sua vida financeira. É por isso que o método tem 4 etapas e todas são igualmente importantes. Anotar tudo te apresenta um parâmetro dos seus gastos até aqui e, agora, é hora de tomar decisões.
Lembro que todas as etapas do método REAL são:
R – raio-x
E – equilíbrio
A – acionar metas
L – liberdade de escolher
Para o sucesso de qualquer ação de educação financeira é falar de escolhas futuras. Definir o que é essencial, o que precisa ser consumido imediatamente e quanto você precisar reservar pensando em futuro.

Na semana passada, falei da primeira etapa, e hoje, vou finalizar as demais e a relevância de cada uma delas, que objetivam trazer critérios racionais para as tomadas de decisões futuras.
2ª Fase – Ponto de equilíbrio
Depois da primeira fase, levantar todas as receitas e despesas, agora, destaco a importância de buscar um ponto de equilíbrio. Com os dados da coluna de parâmetro, você avaliará e determinará um teto de gastos para todas as categorias que você encontrou no seu orçamento.
Essa etapa é permeada de uma decisão importante: você terá que abrir mão de alguma coisa. Não necessariamente mudar radicalmente seu estilo de vida pra sempre, mas mudar e buscar o que é realmente relevante para sua vida.
De maneira íntima, essa etapa é bem sucedida quando se encontra respostas para os seguintes questionamentos:
– eu faço uso racional do meu dinheiro?
– quantas vezes eu compro influenciada com alguma emoção?
– meu padrão de vida está dentro do que eu realmente ganho?
E, então, definir teto de gastos para os meses futuros, prevendo, enfim, uma meta de investimentos.
Apesar de eu não gostar de “regras congeladas” sobre percentuais sobre a renda, é uma boa meta poupar de 10% até 30% da renda mensal para projetos futuros e, principalmente, pensando em aposentadoria.
Neste ano, o assunto está demasiado na mídia e percebo muitas pessoas abrindo os olhos para a importância de reservar uma parte do que se ganha hoje para o futuro quando a força de trabalho será reduzida e não haverá mais o sistema de seguridade para todos.
Aproveito esse exemplo, para demonstrar como acionar uma meta na 3ª parte do método.
É que toda meta precisa ser SMART. Aprendi essa metodologia na faculdade de Administração e, assim como outros conceitos que estudamos para empresas, trago para minha vida pessoal e demonstro para as clientes também.
SMART é uma sigla que auxilia na definição que qualquer projeto de vida.
Ter uma meta clara e específica é uma ferramenta para auxiliar na visualização de planos futuros. Segundo Mark Murphy “quando uma meta ativa teu coração, pressiona-o a crescer e é essencial, ela é implementada”.
Repare que a letra M fala de que toda meta deve ser MENSURÁVEL e essa é uma das vantagens das metas financeiras.
Não posso esquecer um ponto importante: se há dívidas no orçamento atual, na grande maioria dos casos, a primeira meta é quitar as dívidas. Isso porque é difícil encontrar um investimento que tenha rendimento acima dos juros da maioria dos produtos do mercado.
Para um comparativo, atualmente, a taxa básica de referência dos juros é de 6% ao ano e a taxa do cheque especial supera 300% ao ano.
A última etapa do método é a LIBERDADE DE ESCOLHA.
É essa a meta principal quando se trata de educação financeira. Conhecer os caminhos possíveis, portanto, por exemplo, aprender como funciona o sistema financeiro, como funcionam os juros compostos, como funcionam os produtos financeiros, o sistema de pagamento de juros compostos para você ou para a instituição que você escolhe contratar, entre outros assuntos relacionados à finanças, permite de fato, tomar as melhores decisões para sua realidade.
Por isso, proponho uma nova relação com o dinheiro. Proponho falar de todos os assuntos que são possíveis, responder dúvidas que você nem sabe para quem perguntar e conversar abertamente sobre decisões financeiras. Conhecimento é poder e, nesse caso, o caminho para as melhores escolhas.
Na semana que vem, eu volto para falar um pouco do que eu considero a segunda meta mais importante após se livrar de dívidas.
Vamos falar de finanças juntas? Todos os meus canais de comunicação são disponíveis, qualquer dúvida, basta enviar mensagem pelo insta @catharina.sacerdote ou pelo e-mail planejar.catharina@gmail.com.
Até a próxima semana!
Catharina Sacerdote é graduada em Gestão de Pequenas e Média Empresa, pelo Centro Universitário de Brasília; Administração, pela Universidade Católica de Brasília; certificada em Psicologia Econômica pela B3 Educação, e pós-graduanda em Gestão de Investimentos e Riscos, pela FGV. Atua como consultora de planejamento financeiro pessoal e educadora financeira. É autora do projeto “Mulheres e Finanças”, com o propósito de empoderar mulheres através da educação financeira.