Desde 2014, setembro ganhou cor, é o “Setembro Amarelo”, campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio, com objetivo de alertar a população sobre a realidade do suicídio no Brasil e no Mundo e evidenciar suas formas de prevenção.
O suicídio, grande partes das vezes, está associado a um quadro depressivo grave.
A depressão é um dos grandes males que hoje atingem a humanidade. Uma doença sutil e delicada que precisa de observação e tratamento.
Trazendo o tema para o universo materno, a depressão pós-parto tem grande incidência nas mulheres e muitas vezes não recebe o devido diagnóstico e tratamento.
O pós-parto, com toda sua transformação e intensidade, causa profundas alterações hormonais, emocionais e psíquicas na puérpera, o que tem reflexos na sua saúde mental.
Um momento tão sublime da mulher pode não vir coroado por uma alegria contagiante e reluzente. Algumas vezes, a mulher é tomada por uma tristeza que mina suas forças e sua autoconfiança e prejudica sensivelmente seu desempenho na nova “função mãe”.
É mais comum do que pensamos e, mesmo assim, a desinformação sobre o assunto é latente.
De fato, muitas vezes, o nascimento do bebê é seguido de uma leve tristeza da mãe, o tal baby blues. Um período de forte insegurança, labilidade, baixa auto estima, ansiedade, forte cansaço, sensação de incapacidade, dúvidas, muitas dúvidas. A recém mãe não entende muito o que se passa dentro dela e começa a se sentir inadequada nesses sentimentos, porque um momento tão belo não deveria estar rodeado por emoções do tipo.
Mas elas estão ali e são muito fortes para serem ignoradas.
Grande parte das vezes, essa tristeza se dissipa em pouco tempo. A mulher se reequilibra no seu corpo e na sua nova realidade, reencontra-se com ela mesma e percebe que uma nuvem negra esteve por ali, mas passou; não se sente mais daquela forma negativa; suas energias parecem ter se renovado. E se segue o caminho da maternidade e da vida sob uma nova perspectiva, bem mais gratificante.
Noutros casos, porém, essa tristeza não vai, mas fica, cresce e se aprofunda. O caso é mais sério e precisa de atenção, não só da família, mas médica.
A depressão pós-parto é uma triste realidade que acomete muitas mulheres, roubando-lhes o brilho em um momento que deveria ser de pura realização e plenitude.
É uma dor difícil de digerir.
Falo hoje sobre isso a partir das lembranças do meu puerpério, que não foi fácil e que teve as marcas da depressão pós-parto por um tempo que pareceu eterno, mas que, felizmente, acabou.
Por ter vivido na pele essa dificuldade que nem de longe é apenas minha, acredito que muito tem de ser falado e discutido sobre a depressão pós-parto, para informar, sensibilizar e, sobretudo, reduzir o peso nos ombros das recém mães, para que seja mais fácil para elas do que foi para mim encontrar apoio e superar um momento de vida tão singular. Falemos sobre isso! É o primeiro passo para a cura…