Viajando SEM filhos: Campos do Jordão/SP

Na segunda parte da nossa viagem sem filhos, estivemos em Campos do Jordão/SP.

Como partimos de Monte Verde/MG até Campos, a viagem de carro, que, nos planos parecia fácil, acabou sendo cansativa. É que as estradas estaduais são sinuosas, de mão dupla e sem acostamento em vários trechos, o que torna o trajeto tenso. Se a saída para Campos for de São Paulo, tudo muda de figura porque as estradas são fantásticas (embora sinuosas em muitos trechos já que se trata de região serrana. P.S.: claro que há pedágio; leve dinheiro trocado!).

Era inverno, então pegamos temperaturas bem baixas (negativas na madrugada), uma paisagem linda e florida (com direito a cerejeiras inclusive), uma cidade tranquila durante a semana e agitadíssima a partir da sexta-feira.

Independente da estação do ano, as temperaturas por lá parecem ser sempre mais baixas, então é bom ter na mala roupas de frio para não ser pego desprevenido.

Campos é uma cidade bem grande, então é recomendável estar de carro, já que os deslocamentos para a maioria dos pontos turísticos interessantes são consideráveis. No nosso caso, o aluguel do carro foi um ótimo negócio porque nos deu mobilidade e liberdade (P.S.: estacionar na cidade, principalmente no centrinho, conhecido como Capivari, que concentra a maior parte dos turistas, lojas, restaurantes, bares e agitos, pode ser complicado e caro; mas tudo tem prós e contras.rs). Se não estiver de carro, há bondes ou trens turísticos que fazem trajetos bacanas para conhecer a cidade.

Campos do Jordao

Escolhemos uma hospedagem próxima ao Capivari: Canadá Lodge, hotel charmoso com decoração temática toda inspirada no Canadá, estrutura muito confortável e cuidada nos mínimos detalhes. Atendimento excepcional. Quarto confortável e quentinho, com piso do banheiro aquecido, roupa de cama e de banho de primeira qualidade e ótima ducha. Café da manhã farto e muito gostoso servido até mais tarde (12h). O hotel oferece também um chá da tarde a partir das 17h, com muitas guloseimas e bebidas quentinhas, o que é ótimo para repor as energias depois de bater perna e passar um friozinho pela cidade. Há uma jacuzzi quentinha em área reservada, que pode ser utilizada pelos hóspedes mediante reserva na recepção (Recomendo! Fomos todos os dias no final da tarde para relaxar!). Há também serviço de massagem aos finais de semana, com 20 minutos gratuitos por quarto aos sábados (depende de agendamento!), bom wifi e estacionamento privativo e gratuito.

Os pontos turísticos e opções de passeios são muitos, então é bom dar uma olhada antes para escolher o que cabe na sua temporada por lá e também ter um mapa turístico da cidade em mãos para escolher o melhor trajeto!

Os hotéis disponibilizam mapas e panfletos de atrações turísticas e gastronômicas da cidade, alguns deles com desconto mediante a apresentação do folder. Pode render umas economias, até porque Campos é muita coisa, menos uma cidade barata, especialmente na alta temporada!

A natureza é ponto alto na região, situada na Serra da Mantiqueira, e guarda muitos parques, jardins, mirantes e paisagens de tirar o fôlego.

Como tínhamos quatro dias na cidade, conseguimos visitar muitas atrações e conhecer bons restaurantes, bares e cafés.

Eis nosso roteiro:

Baden Baden Tour: o tour na famosa cervejaria local é parada obrigatória. Agendamos um horário com antecedência para evitar imprevistos. Visita interessante, que explica sobre a história da cerveja, passa pela área de produção e termina com uma degustação de três tipos da bebida, com uma taça de brinde. A lojinha dispõe de vários produtos para venda e vale a pena levar alguns exemplares das cervejas favoritas ou comemorativas (estas comercializadas apenas na região) porque o preço é vantajoso.

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Auditório Cláudio Santoro e Museu Felícia Lerner: as duas atrações dividem uma área privilegiada com linda vista. O Auditório é onde acontece o famoso Festival de Inverno, mas, fora dessa época, recebe espetáculos musicais e artísticos e tem um ótimo café. O Museu Felícia Leirner é a céu aberto e mostra boa parte do acervo em bronze, cimento branco e granito da escultora polonesa, residente da cidade por muito tempo. Um dos pontos altos da visita é a vista da Pedra do Baú.

Fábrica de Chocolate Araucária: chocolate antigo e famoso na região. Na verdade, a fábrica nada tem de especial; os preços são bem equivalentes aos de outros revendedores e o local nem tinha todos os produtos disponíveis à venda. O ótimo chocolate quente fez a viagem não ser de todo perdida e deu sequência à visita ao Museu Casa da Xilogravura, que é bem próximo.

Museu Casa da Xilogravura: local interessante, com exposição rica e bem elaborada, que ensina um pouco da arte da gravura produzida em matriz de madeira.

Parque Amantikir: reúne jardins belíssimos com inspiração em vários países do mundo e milhares de espécies de plantas. Lindamente cuidado e elaborado, rende ótimos passeios, fotos e vistas. O estacionamento próximo é disputado, mas, bem perto, há outra opção para estacionar o carro, com frequente transporte ida-volta para a entrada do parque.

Vila do Artesão e Casa do Artesão: aquela é próxima ao teleférico e é bastante grande, com muitas opções de souvenirs. Esta é menor, próxima ao Parque das Cerejeiras, com poucas opções de compras, mais focada em objetos entalhados em madeira no mesmo local de trabalho dos artesãos.

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Horto Florestal: enorme reserva ambiental, bem cuidada e estruturada. Acesso é pago, mas vale contribuir para a conservação da área. Oferece passeios com guia em horários marcados, uma ótima forma de conhecer o extenso parque. É possível alugar bicicleta para passeio nas trilhas. Se estiver com fome, há um café para lanches e também o restaurante Dona Chica. Se puder, organize um piquenique! No caminho, há o Borboletário e muitas opções de restaurantes recomendados, como o premiado alemão Harry Pisek.

Palácio da Boa Vista: residência de inverno oficial do governador do estado de São Paulo que se consolidou como importante museu, com obras de artistas nacionais de renome como Tarcila do Amaral, Anita Malfatti e Di Cavalcanti. A visita é bem organizada, gratuita, com guia que acompanha o grupo e situa os espaços, obras  e acontecimentos conforme a história. Muito legal! Do lado de fora, o Café do Palácio oferece uma linda vista da cidade e um cardápio gostoso.

Teleférico: para ver Campos dos Jordão do alto e ter uma experiência diferente no primeiro teleférico construído no Brasil e ainda em funcionamento. Campos31As filas podem ser gigantescas aos finais de semana e feriados, por isso, se possível, escolha um dia da semana para o passeio. Pode haver interrupção do serviço a depender das condições climáticas do dia. Bem próximo, há um lago com pedalinhos para quem tiver problemas com altura.

Morro do Elefante: é onde o teleférico vai te deixar para ter uma vista excepcional da cidade. Próximo, há o Parque dos Elefantes, que de parque não tem nada; é apenas para pegar turista curioso.rs Acabamos entrando no local, não ficamos nem 2 minutos e ainda acabamos comprando os chaveiros com as fotos que eles te forçam a tirar na entrada, que dizem ser gratuita. Dica: fotografe a vista e desça novamente pelo teleférico; passe reto do “parque”!

Capivari: é onde você necessariamente acaba batendo perna e fazendo compras. Há muitas lojas vendendo de tudo um pouco, a maioria focada em artigos de inverno e nas inúmeras variações possíveis de chocolate. Vale a pena desbravar as galerias, ruas e feirinhas. Mas não só de compras vive o Capivari; o local também concentra muitos restaurantes, bares e cafés de qualidade; difícil é escolher algum. Por ali também acontecem alguns eventos; quando estávamos por lá, houve o “Festival da Lã”, que rendeu algumas comprinhas legais, embora seja pequeno e precise de melhor divulgação. Ah, a feirinha atrás da Igreja é ótima para pequenas compras.

Ficou para a próxima visita: Belvedere – Vista Chinesa, Ducha de Prata, Estrada de Ferro Campos do Jordão, Turundu, Mosteiro São João, Borboletário Flores que Voam, Pico do Itapeva, Pedra do Baú e Bosque do Silêncio.

A gastronomia na cidade é rica! Comemos muito e bem, mas pagamos por isso (já disse que Campos não é uma cidade barata?!). Essas foram nossas experiências:

Confraria do Sabor: restaurante elegante, super gostoso, bom atendimento, com cardápio e ambiente requintados. Não deixe de provar a truta com crosta de pistache recheada com queijo de cabra! Delícia! O lugar dispõe de estacionamento próprio.

Vemaguet 67: bar decorado com tema carros antigos, chopps servidos de bombas de gasolina, garçons vestidos de macacão a la frentistas e mesas na calçada. Cardápio variado (e caro)! Apesar da decoração e proposta interessante, o serviço deixou a desejar e a comida não surpreendeu.

Bar da Baden Baden: disputadíssimo! Encontrar uma mesa na calçada no bar mais movimentado do Capivari pode ser difícil, mas compensa. Ótimas cervejas, petiscos e pratos deliciosos. Serviço excelente, apesar de o lugar estar sempre explodindo de gente. Chegue cedo para conseguir mesa rápido; de todo modo, a espera é ágil e organizada (o andamento da lista é consultado via site, o que permite dar umas voltinhas enquanto espera; mas fique de olho porque a tolerância é zero se for chamado e não comparecer no prazo).

Boteco do Vinho: restaurante localizado bem próximo ao portal de entrada da cidade, mais afastado do centro, com instalações simples, cardápio enxuto, mas excelente atendimento, comida excepcional e vinhos com ótimo custo benefício. Cozinha familiar que nos surpreendeu pelo sabor e também pelo preço, bem mais justo do que os restaurantes no entorno do Capivari.

Arte da Pizza: pizzaria super bem avaliada que fica dentro do Grande Hotel Campos do Jordão, hotel escola do Senac. Localizada no alto da serra, é preciso usar o serviço de transporte para ir do estacionamento ao restaurante. Salão grande e disputado, atendimento atencioso, cardápio delicioso. As pizzas são produzidas ao vivo nos fornos a lenha localizados no salão, são servidas na pedra e comidas com as mãos. E sim, são de lamber os dedos e fazem jus ao título de melhor pizza do Brasil!

Microcervejaria Caras de Malte: no caminho para o Horto Florestal, vale uma parada para comer uma comida gostosa, ouvir música ao vivo e experimentar cervejas artesanais.

Rostie: para comer as famosas batatas Rostie, tomar um vinho e se aquecer com os charmosos cobertores nas cadeiras.

Fondue: optamos pela versão mini do Bruno Alves Chocolatier, delicioso (a casa tem chocolates diferenciados no preço e na qualidade. Vale experimentar!). Muitas outras casas de chocolate oferecem o produto e muitos restaurantes também servem sequências e rodízios de fondue para vários gostos e preços.

Chocolate Quente: é tipo água, não dá para ficar sem durante os passeios por Campos. Tem em toda esquina. Os mais gostosos foram o Montanhês, Araucária e Toco. Se quiser variar, experimente um Chai!

Cervejas artesanais: em todos os lugares, você encontra diferentes cervejas artesanais da região. Vale a pena experimentar!

Queríamos provar, mas o pouco tempo não deixou: Mercearia Campos, Café Safári, Pastelão do Maluf, Pizza ao Quadrado, La Gália, Libertango e Ludwig.

P.S.: Se a viagem for com crianças, a cidade oferece boa estrutura e programação interessante. Inclua no seu roteiro: passeio de pedalinho no lago, passeio de “Maria Fumaça” (Estrada de Ferro de Campos), tour no ônibus turístico do centrinho, passeio à cavalo, visita ao Centro de Lazer Turundu, visita ao Parque Amantikir, piquenique no Horto Florestal, visita ao Borboletário, atividades radicais como tirolesa e arvorismo nos centros especializados, passeio no Bosque do Silêncio, banho de cachoeira (se o tempo permitir), visita a um trutário, parada em alguma fábrica de chocolate, visita ao Parque Floresta Encantada.

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