Brincadeira de criança ou para quê tantos brinquedos?

Desde que Isabela e Laura eram bebezinhas, comecei a conviver com a quantidade crescente de brinquedos em casa.

Depois do aniversário de um aninho, houve uma reprodução em série desses brinquedos, que apareceram em todos os tipos, cores, tamanhos e espécies. Seguiu-se a mesma linha no aniversário de dois anos. E, a ver essa tendência anual se repetindo, minha casa está bem próxima de se tornar uma sucursal da Loja da Estrela (ai, que antiga!rs O negócio hoje é Fischer Price).

Percebo que as meninas, como toda criança novinha, mais se interessam pelas embalagens e afins do que pelo conteúdo dos presentes propriamente ditos. Os brinquedos novos são sucesso por alguns dias (ou horas) e depois acabam relegados ao esquecimento absoluto. Eu que, com aquele pesar tremendo no coração, vez ou outra vou lá desenterrar algum brinquedo ignorado e propor uma brincadeira inclusiva com o pobre.

Claro que elas escolhem seus brinquedos preferidos e não abrem mão deles todo santo dia. Sendo bastante otimista, estes representam 10% do total de brinquedos existentes em casa. O que fazer com os outros 90%? Eis a questão.

Lá em casa, tenho que fazer faxinas frequentes na brinquedolândia para tirar de circulação aqueles quebrados, desprezados ou ultrapassados. Cada um tem um fim diferente: doação, lixo, venda, empréstimo…

As vezes tenho dificuldade nessa missão porque me apego a alguns brinquedos mais do que Isabela ou Laura (é ridículo, eu sei… todos somos um pouco ridículos.rs).

Esse contexto todo leva a uma reflexão: afinal, para que afundar as crianças em um mar tão grande de brinquedos?

Elas visivelmente não têm capacidade de brincar e explorar todos eles. Esse excesso, na realidade, dispersa a atenção e dificulta o foco dos pequenos.

Verdade seja dita: crianças preferem brincadeira a brinquedo. Vejo todos os dias que as meninas preferem muito mais quando interagimos e exploramos brincadeiras e descobertas juntas, seja usando saco plástico e barbante, do que quando estão com a última geração de um brinquedo na mão. Este logo perde a graça e lá vem a criança para a barra da saia solicitar atenção (e diversão).

Pensemos nisso. Mais vale investir tempo, mesmo curto, em brincadeiras genuínas com os filhos do que em mais um brinquedo para a pilha. No fundo, é esse tempo que ficará na memória e formará as lembranças da infância feliz que tanto sonhamos para eles.

Por outro lado, não dá para ignorar que as crianças precisam de brinquedos. Nesse quesito, menos é mais. Investir nos itens certos para cada faixa etária pode garantir tempo saudável e útil de entretenimento para os pequenos. Ah, e sem esse lance de brinquedo de menina e brinquedo de menino. Brinquedo é brinquedo e ponto. Deixemos aos pequenos decidir como explorar seu imaginário e criatividade com os brinquedos disponíveis, sem preconceitos ou restrições sem sentido.

Brinquedo bom é aquele que não está pronto e acabado, mas que oferece a criança um leque de opções de construção de brincadeiras.

Para otimizar e terminar nosso momento filosófico sobre brinquedos, deixo algumas indicações interessantes de brinquedos por idade do Tempo Junto que podem inspirar na organização da brinquedoteca em casa:

De 1 a 2 anos: brinquedos de empurrar, carrinhos, blocos de construção, bate-estacas, brinquedos de desmontar (grandes), degraus e pequenos escorregadores, túneis, carro ou bicicleta sem pedal

De 2 a 4 anos: livros de pano com figuras, telefone, panelinhas e utensílios de cozinha, objetos domésticos, bonecas, máscaras, chapéus, fantoches, fantasias, capas, bichinhos de pelúcia, massa para modelar, quebra-cabeças simples, tambor, pandeiro, corneta, carros, caminhões, trenzinhos e aviões, pianinho e xilofone, cabanas e casinhas, balde e pazinha, triciclo, material para bolha de sabão.

De 4 a 7 anos: blocos de construção, material para pintura e desenho, jogos (dominó, loto, damas), jogos de circuito, carrinho de boneca, livros.

De 7 a 12 anos: bolas e raquetes, boliche, futebol de botão, peteca, jogos (montar, construção, perguntas e respostas, damas, xadrez), mini laboratórios, quebra-cabeças difíceis, ferramentas para construção de brinquedos.

Brinquedos por idade

 

2 comentários sobre “Brincadeira de criança ou para quê tantos brinquedos?

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