Se na primeira parte eu comecei dizendo que não havia rotina lá em casa, agora eu já digo logo que o tempo faz a rotina acontecer e que ela pode ser sua melhor amiga.

Depois de um ano e meio, a rotina de alimentação (mamada-lanche-almoço-lanche-jantar-mamada) já estava estabelecida e era bem obedecida no dia a dia.

Conseguimos fazer com que as meninas seguissem esses horário de maneira coordenada, comendo e dormindo na mesma hora. Ufa!

A rotina de sono também já estava bem definida, com uma soneca pela manhã (antes do almoço) e uma soneca a tarde (após o lanche). Só que essa parte começou a complicar. As meninas mostravam sinais de que as duas sonecas estavam mais atrapalhando do que ajudando a rotina diária.

Foi quando resolvemos tirar a soneca da manhã e deixar apenas a soneca da tarde.

Bingo!

O dia passou a fluir melhor, as meninas responderam super bem à mudança de rotina e os horários das refeições ficaram mais organizados. Isso melhorou também o sono noturno das duas, que passaram a dormir mais cedo a noite!

As noites ainda não são aquela maravilha, pois não temos um sono noturno ininterrupto. As meninas acordam umas duas vezes por noite. Mas, comparando à situação de calamidade pública anterior, avançamos horrores.

Atualmente, aos dois anos, as meninas não freqüentam escolinha, mas seguem uma rotina diária bem definida: ao acordar (bem cedo, diga-se de passagem!), mamam e, pouco tempo depois, tomam café da manhã com a gente; brincam um pouco em casa e depois descem para brincar na rua ou no parquinho; quando voltam, já é hora de almoçar.

Depois do almoço, tiram uma soneca mais longa e já acordam no horário do lanche. Brincam mais um pouco, descem pro parquinho ou para um passeio e voltam para jantar. Depois do jantar, já começamos uma rotina noturna de brincadeiras mais tranqüilas ou um pouco de desenho na TV, banho, historinha, mama e cama.

Todo dia elas fazem tudo sempre igual (Chico já previu isso. rs)…

Quando é final de semana ou temos compromissos fora de casa, naturalmente saímos da rotina. Ai não há muito horário ou rigor, embora tentemos manter a rotina de alimentação e sono para não tirá-las demais da sua normalidade.

Confesso que sou um pouco total freak da rotina. Gosto que as coisas aconteçam dentro do programado. Quando saem demais da rota, fico um pouco irritada (só um pouco. rs). É que aprendi que as meninas funcionam bem na rotina delas e que, normalmente, quando saem demais do plano, manifestam sua insatisfação das maneiras mais imprevisíveis, sempre regada a muito choro e impaciência. O estado de espírito delas, nessa hora, acaba refletindo em mim também e tudo perde a graça…

Por outro lado, o fato de as meninas estarem mais autônomas, brincarem mais tempo sozinhas, dormirem melhor e terem uma rotina diária mais organizada nos deu muita independência. Conseguimos respirar, descansar, colocar em prática projetos pessoais e profissionais, fazer programas mais adultos, não apenas infantis…

Aquele turbilhão do início vai passando aos poucos e dando lugar a uma vida mais tranquila…

Aquela tranqüilidade possível numa casa habitada por dois bebês de dois anos. Uma tranqüilidade nada monótona, acompanhada de acontecimentos históricos e descobertas diárias. Uma tranqüilidade saudosista, que ascende certa nostalgia do tempo em que tínhamos recém nascidas para cuidar (bom seria se fosse possível voltar àquele tempo com a experiência de hoje!). Uma tranqüilidade amadurecida, que consegue perceber que, embora os dias cuidando das crias sejam longos, os anos são muito curtos. Uma tranqüilidade meio clichê, que sabe que, no meio da confusão que seja, temos que dar um jeito de aproveitar o momento, porque ele é, de fato, único e passa!