Não, minhas filhas não comem nada de doce ainda.
Não sei porque isso causa tanto espanto nas pessoas. É como se o açúcar fosse indissociável do mundo infantil…
Acho engraçado o choque quando alguém oferece um pirulito, um docinho ou um chocolate para Isabela ou Laura e eu recuso educadamente (ok, já tive que correr para tirar um pirulito que estava quase na boca de uma delas porque um ser achou muito natural tirar o doce da própria boca e dar para minha filha).
Para começo de conversa, ninguém deveria ficar por ai oferecendo comida para o filho alheio, seja a comida que for. Existem diversas restrições alimentares, graves inclusive, que podem acometer bebês e crianças. Se essa criança entra em contato com algum ingrediente a que é alérgica ou intolerante, por exemplo, isso pode gerar situações gravíssimas para sua saúde.
Então, é de bom tom perguntar antes aos pais se a criança come aquilo que pretende oferecer e, apenas depois disso, se estes concordarem, dar a comida à criança. É simples e evita a fadiga (e o choro também).
Tirando essa questão de riscos à saúde, a forma de conduzir a alimentação dos filhos é uma decisão dos pais.
Digo e repito que a preocupação com a alimentação do bebê desde os seu princípio tem uma grande influência na formação de seus hábitos alimentares e também na sua saúde no futuro.
Eu acredito nisso. Essa é minha opinião.
Tem quem pense e faça diferente de mim.
Não estou na posição de julgar ninguém em suas opções de vida.
É por isso que também não gosto de ser julgada e questionada sobre as minhas opções com relação à alimentação das meninas.
Não deveria ter que explicar para a fulana desconhecida no aniversário do vizinho porque minhas filhas não vão comer o brigadeiro ou o pirulito que ela quer dar.
Ela não quer ouvir sobre os benefícios do contato tardio com açúcar para a formação do paladar do bebê. Ela vai continuar me achando um E.T. e vai continuar olhando para minhas filhas com aquele olhar de pena, como se fossem crianças sofredoras.

Fulana, deixa eu te contar uma coisa em off: “criança não sabe o que é doce até que nós, adultos, apresentemos a ela. Ela não tem necessidade de tomar bebidas adoçadas, de colocar mel na fruta, de misturar um chocolatinho no leite, de comer brigadeiro na festinha. Essas são heranças dos nossos hábitos alimentares adultos. O açúcar é potencialmente prejudicial às crianças e, quanto mais distante dele elas ficarem, melhor para elas, para seus dentes, para sua saúde como um todo. Então, com licença, vou apresentar o brigadeiro para minhas filhas quando achar que devo. Passar bem!”
Foto: Jornal Boa Vista, Acervo Pessoal
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