Primeira viagem com as gêmeas

Antes de a licença maternidade acabar, planejamos uma viagem com Isabela e Laura. Parecia mais fácil organizar uma primeira escapada de casa com a família antes de voltar ao trabalho do que quando já estivesse enlouquecida na rotina diária.

A ideia era realmente boa, mas não consegui colocar em prática exatamente como queria. Pensava em ir à praia ou a um local distante de Brasília. Não deu. A falta de tempo e de segurança para ir sozinha com marido e as filhas pequenas falaram mais alto.
Conseguimos passar alguns dias em Pirenópolis em uma pousada super bacaninha que já havíamos conhecido antes do nascimento das meninas.

Saímos de Brasília com uma verdadeira tralha: uma mochila com as minhas coisas e outra mochila com as coisas do marido; as outras cinco sacolas eram de coisas das meninas – de roupas a mamadeiras, tapetinho, remédios, carrinho e utensílios de higiene e alimentação.

Fiz uma lista enorme de coisas que acreditei serem imprescindíveis e que não poderiam ser esquecidas.

Confesso que a trabalheira de cuidar das meninas fora de casa em um local com uma estrutura que não era totalmente apropriada foi maior do que a diversão em si. As meninas curtiram a piscina aquecida, o sol e as novidades do espaço diferente da casa e do quarto delas. 


A mãe de primeira viagem aqui ficou bastante apreensiva na tarefa de coordenar protetor solar, banho, chapéu, lanche, fralda de piscina, almoço, limpeza de mamadeiras, sono e olhares reprovadores do pai para tudo isso…


Foi cansativo! Mas foi também uma grande experiência; posso dizer que foi uma experiência necessária. Foi necessária para perceber que aquele ambiente inviolável e perfeito que nos esforçamos para construir em casa não existe no mundo lá fora; devemos aprender a improvisar, a fazer escolhas e a desapegar dos excessos de regras e das altas exigências que, no final das contas, não alteram o resultado das coisas.

As meninas dormiram bem fora do berço, em uma cama improvisada.


Comeram direitinho, embora os horários tenham ficado por vezes bagunçados.

Aprenderam a tomar banho de chuveiro por falta de banheira.

Tiveram um contato bastante próximo com sujeiras não identificadas.

Não usaram 1/3 das roupas que levei porque passavam o dia, obviamente, sem roupa.


Estranharam um pouco o ambiente e as pessoas diferentes, mas logo entraram no clima.


A dificuldade maior foi minha, para lidar com imprevistos e com o não planejado.

Posso dizer que a viagem acabou sendo mais importante para mim do que para elas, apesar de eu ter pensado muito mais nelas do que em mim quando a planejei.

Voltei com vontade de viajar de novo, mas sem nenhuma pressa. Vi que precisava aprender a lidar melhor com a minha própria dificuldade de ter minhas expectativas frustradas e meus planejamentos não funcionando tão bem quanto o pretendido.

Ser mãe realmente envolve uma dose enorme de “aprender” antes de “ensinar”…

2 comentários sobre “Primeira viagem com as gêmeas

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