As mudanças com o nascimento do bebê não atingem apenas a mulher. Apesar de o homem não passar pelas variações hormonais, psicológicas e físicas que a mulher passa, o impacto da mudança na rotina, nas relações e nos sentimentos também o alcançam, inevitavelmente. Claro que isso é para aquele pai que se faz presente em casa, que procura dividir com a mãe os cuidados com o bebê e participa da vida do filho desde seus primeiros momentos (vulgo, pai de verdade!).
O apoio e a presença do pai nesse momento frágil da mãe e do bebê são essenciais.
Apesar de o pai não poder substituir a mãe em algumas funções que são apenas dela, como amamentar o bebê, ele pode participar de diversas outras formas, diminuindo a sobrecarga da mãe e fortalecendo o seu vínculo com o filho.
O pai pode participar de todos os outros cuidados com o bebê como colocar para arrotar depois de mamar, trocar fraldas, dar colo, fazer dormir, dar banho.
Esse primeiro momento exige muito da mulher, é muita doação e abnegação; então é importante que ela tenha uma rede de apoio que assuma em seu lugar as outras tarefas que lhe caberiam, sobretudo em casa. Dificilmente a mulher conseguirá se ocupar de outra coisa além de cuidar do bebê no pós-parto.
O homem pode ajudar também nesse aspecto e assumir tarefas da casa. Ok, sejamos mais diretas: o homem pode fazer compras de mercado, lavar a louça e as roupas, manter a organização da casa, pode cozinhar ou mesmo comprar a comida no restaurante da esquina…. vale tudo!
Todas essas coisas palpáveis são fundamentais. Mas mais fundamentais ainda são as coisas não palpáveis, que também estão ao alcance do homem…. É ele quem vai ser os pés no chão daquela mãe que está com a cabeça nas nuvens, quem vai exercer a ponderação e a racionalidade na hora de enfrentar parte das inseguranças e do desconhecido, quem pode ajudar a mulher na tentativa de lidar de maneira mais equilibrada com seus sentimentos à flor da pele. É do pai o colo que a mulher vai precisar muitas e muitas vezes nos momentos de insegurança. Aquele “ombro amigo” vai ser especialmente requisitado nesse período. O ouvido paciente também.
Aliás, paciência vale ouro nesse momento. É preciso paciência, compreensão, mais paciência, silêncio, amor, acolhida, carinho, muito carinho, empatia e mais empatia.
Aquela mulher que você conheceu não está totalmente ali logo após o nascimento do bebê. Entenda, ela está ali, mas em uma nova versão, tomada por sentimentos, sensações, hormônios e pensamentos que demandam muito dela e que estão transformando-a a cada instante. Tornar-se mãe não é automático, é um processo, que tem um início desgastante e até mesmo doloroso.
Tentar entender o que se passa com a mulher é o primeiro passo para lidar bem com essas transformações. Estar verdadeiramente ao lado dela nesse caminho pessoal difícil é grande prova de amor.
A vida do casal fica evidentemente prejudicada nos primeiros meses, já que a atenção se volta toda para o bebê. É normal. É natural. É necessário. Em todas as casas, não só na sua. A forma de lidar com essa mudança é que varia, muito. Todas essas mudanças podem virar cobranças, julgamentos, pressão, competição, discussão, desentendimentos, desunião. Mas podem também (e devem!) se tornar cumplicidade, parceria, compreensão (olha ela aqui de novo!), união, harmonia, diálogo, troca, fortalecimento de vínculo.
Cada família segue o caminho que lhe é próprio e possível. O crescimento e amadurecimento não são apenas do bebê, mas principalmente dos pais. O fato de a mãe estar fisicamente mais conectada com o recém nascido no pós-parto não pode servir de desculpa para que o pai fique alheio e distante nesse momento. Ao contrário, essa é a hora de cada um ocupar o seu lugar, exercer o seu papel e começar, desde o princípio, a construir juntos a história dessa família que cresceu…