Pode não funcionar bem com gêmeos

Existem algumas coisas que são perfeitas para quando se tem um bebê, mas que não funcionam muito bem quando se fala de gêmeos. Outras você acha que vai ser um sucesso, na teoria, mas a prática mostra outra coisa.

Por exemplo:

Trocador no quarto: no início, o trocador das meninas ficava no quarto delas. Funcionava muito bem, até que elas começaram a acordar e dormir em horários distintos, chorar mais forte e fazer vários barulhos próprios.rs Trocar uma delas enquanto a outra estava dormindo no berço ao lado começou a não ser legal; a dorminhoca sempre era acordada. Solução: mudamos o trocador pra outro quarto; perdemos o escritório, mas ganhamos mais liberdade nas trocas de fraldas, banho e afins, sem perturbar o sono alheio… para a paz mundial.

Caminhas baixas com colchão no chão estilo montessoriano: eu acho o máximo esses quartos montessorianos que estão super na moda; mas sempre fiquei cabreira com a ideia dos dois colchões no chão; ninguém me tira da cabeça que, quando uma das meninas acordar, vai ir direto para a cama da outra. As meninas ainda estão no berço, cada uma no seu; hoje, quando uma delas acorda, fica lá no seu berço em pé, olhando para o berço da irmã e chamando-a; se não tivessem nenhuma barreira, ia lá acordá-la. Certeza! Papai e mamãe não iam ficar felizes não…

quarto mont

OBS.: Outros elementos do quarto montessoriano são muito legais e cabem perfeitamente no quarto de gêmeos. É o caso das caixas com brinquedos acessíveis aos bebês, espelho para que reconheçam os corpinhos, barra em uma altura baixa para apoio e estímulo motor.

Separar as chupetas: no início, tínhamos a maior preocupação de separar a chupeta da Laura e a da Isabela por ser algo bem íntimo que vive na boca do bebê. Depois que as meninas cresceram, essa foi outra coisa que tivemos que simplesmente deixar pra lá; uma pega a chupeta da boca da outra para colocar na sua; o troca-troca de chupetas é inevitável; ainda temos chupeta com o nominho de uma e de outra, mas a chupeta com o nome da Laura vive na boca da Isabela e vice versa.

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Separar mamadeiras, copinho, pratinhos, talheres: aqui acontece o mesmo que acontece com a chupeta; por mais que tentemos separar os utensílios de uma e de outra, inevitavelmente elas trocam ou eles se misturam e a luta fica perdida. Desapegamos…

Fraldas de pano: eu estava super bem intencionada durante a gravidez. No enxoval das meninas comprei fraldas ecológicas de pano com a ideia de reduzir o uso de fraldas descartáveis e assim ser uma pessoa melhor para o mundo (diminuiria a produção de lixo em casa) e também para mim mesma (o bolso agradeceria porque fralda é um item caro e de muito uso). Sofro em dizer que eu não consegui usar fralda de pano nas meninas uma única vez nesse primeiro ano; não rolou; as fraldas estão lá, me olhando, e eu não tenho a menor coragem de usá-las. A quantidade de troca de fraldas ao longo do dia é enorme e a quantidade de roupas que as meninas sujam também; não consegui acrescentar mais essa função no nosso dia a dia: lavar fraldas de xixi e cocô. Assumo a culpa desse fracasso!rs

fralda de pano

Sling: já disse em outro post que eu poderia ser apedrejada por essa opinião, mas que ela era muito pessoal. Sim, sling é lindo, é demais, é libertador! O problema é que ele, eu e as gêmeas não tivemos um relacionamento sério e duradouro. Foi outra ideia maravilhosa que eu não consegui fazer funcionar na minha casa. Pra começo de conversa, não conseguia colocar as duas bebês juntas no sling: ficava sem jeito, parecia desconfortável para elas, eu não conseguia ficar tranquila com as duas amarradinhas em mim e me preocupava de machucá-las. Tentei então usar com uma bebê de cada vez. Isso deu certo em algumas tentativas, quando uma das meninas estava dormindo no berço e a outra acordada. Eu colocava aquela que estava acordada no sling para poder fazer coisas em casa com mais liberdade ou mesmo para dar um pulo rápido na padaria ou farmácia. Só que problemas aconteciam, principalmente quando a bebê que estava no sling dormia (sempre!) e a que estava no berço acordava: era um malabarismo para tirar rápido a bebê do sling para deitar em outro lugar e acudir a bebê que chorava, isso tudo sem acordar a primeira e estressar demais a segunda. Depois de algumas tentativas, aposentei meu sling…

 

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4 comentários sobre “Pode não funcionar bem com gêmeos

  1. Minha linda amiga,

    Leio sempre seus posts. Mas (tenho certeza que me entende), de forma truncada, começo na fila do banco e termino esperando elas saírem da escola….rs….Sempre quero comentar. Mas só me dou conta que ainda não comentei dois dias depois (no meio do banho)…kkkkkkk
    O do dia das mães (principalmente para as mães de gêmeos) me fez pensar e repensar muito (principalmente por ser mãe de gêmeos pouco antes de você), e por termos trocado algumas ideias no decorrer da sua gravidez. Vejo realmente que o que bate em umas não bate em outras…rs…
    Provavelmente o fato de as minhas gêmeas não serem a minha primeira experiência como mãe, a maternidade gemelar, pra mim, me pareceu um pouco mais tranquila. E fiquei com peso na consciência por não ter falado sobre algumas coisas que pra mim já eram meio corriqueiras… me desculpa!!!!
    Mas acho sensacionais os seus textos e a forma como coloca isso de uma maneira tão simples e elucidativa pra muitas mães que estão desesperadas (como nós) quando descobrem a gestação gemelar (principalmente sem programação).
    Quanto à este seu último texto, vou comentar como foi pra mim a experiência, exemplificando o que disse, que a coisa realmente acontece de um jeito pra cada pessoa (até porque consegui ler este em casa, com mais tempo e em frente ao computador)!!!!
    – Trocador no quarto – Tenho até hoje e acho a oitava maravilha… não me dá dor nas costas…rs… As minhas meninas entraram num ritmo de fazer tudo meio juntas (não sei o motivo) e até hoje é assim… dormem no mesmo horário, acordam no mesmo horário, comem no mesmo horário, fazem coco no mesmo horário….rs… então pra mim sempre foi ótimo!!!!
    -Caminhas baixas com colchão no chão estilo montessoriano – Tb acho a coisa mais linda do mundo… acho a idéia fantástica, mas nunca nem pensei em colocar em prática (acho que mesmo que fosse só uma criança). Pelo menos não enquanto bebes!
    A minha impressão é que não é prático para a mãe. Concordo com tudo o que disse sobre uma acordar a outra, mas vou além: Hora de dormir é interessante ter aquele momento de saber que agora é o “momento de dormir”. Sempre coloquei as meninas pra dormirem ainda acordadas (até os dois meses no mesmo berço, depois, cada um no seu – um bem perto do outro). Nunca deixei chorando, sempre estava por perto, mas cada uma no seu berço… elas sempre tiveram um sono muito bom (muito melhor do que a primeira que dormiu comigo na cama até os 06 anos)!!! Fora que ACHO que enquanto bebes, colocar o tempo todo no chão acaba com a coluna da mãe.
    Quando elas começaram a engatinhar (que foi cedo – 6 meses), eu coloquei um colchão de casal no meio da sala, com vários brinquedos sempre à mão, e elas passavam boa parte do tempo alí…. e brincavam muito… mas na hora de dormir, ia cada uma pro seu berço e sabiam que aquela era a hora. No meu caso, isso deu MUITO certo, e foi MUITO melhor do que fiz com a primeira, que não tinha hora nem lugar certo pra dormir.
    Hoje, elas com 2 anos e 5 meses, tem uma caminha baixa, faço rodízio de brinquedos (ideia montessoriana), inúmeras estorinhas acessíveis…Acho que tentei mesclar um pouco da ideia do quarto montessoriano com o que dá certo dentro da minha realidade!!

    – Separar as chupetas, mamadeiras, etc – nunca nem tentei… lembro de te dizer isso uma vez…era logística demais para o tanto de coisa que já tinha na cabeça…rs…

    – Fraldas de pano também nunca tentei… admiro demais quem dá conta!! Apesar de “completamente politicamente incorreto”, não sei se tentaria nem se fosse só uma criança…Mais uma vez acho que é por causa da minha experiência com a mais velha…
    Também pelo fato de a minha rede de apoio ser “só” meu marido e minha filha mais velha (que por ser pouco numericamente, fizeram verdadeiro milagre na qualidade). Moro distante (geograficamente) de todo o resto da família. Tive que tentar simplificar absolutamente tudo, desde o início, pois sabia que o que viria seria punk… e fui me preparando durante toda a gravidez… assim, quando elas nasceram, pra mim, o trabalho foi menor do que o imaginado.
    – Sling – amo até hoje… usei horrores quando eram bebes. Poucas vezes as duas juntas, mas era sempre uma comigo e a outra com o pai. Fizemos trilhas, viagens, passeios muito com elas no sling… sempre “penduradas”. Em casa usei pouco. Era mais pra passear mesmo. A última vez elas já estavam com 2 anos e fizemos uma trilha numa cachoeira. Mas acho que foi a última vez… a nossa coluna sentiu bastante….rs…

    É isso minha amiga, continue nos dando o prazer de ler esses textos deliciosos que escreve, colocando o seu ponto de vista sobre a maternidade gemelar e todo o seu ponto de vista tão justo sobre o mundo!!!

    Minha admiração!!! BJs

    Curtido por 1 pessoa

    1. Flávia, querida! Vc não tem ideia da alegria que foi ler sua mensagem. Me emocionei demais. Vc é uma pessoa iluminada. Tenha certeza disso. O contato a distância não esconde em nada a sua grandeza como mulher, mãe, esposa, filha e amiga.
      Entendo perfeitamente essa vida atribulada. Estamos juntas!rs
      Amei relembrar nossas conversas. Saiba que você me ajudou muito! De verdade. Me mostrou que era importante leveza e calma, que a coisa parecia complicada, podia ser complicada, mas que damos conta; sempre procurou me lembrar como era importante respeitar a mim mesma e aos meus limites; tentou me mostrar como simplificar algumas coisas (algumas, confesso, que não consegui de início, mas depois de certo tempo foi…rs); mostrou também como alguns medos e neuras só existem na nossa cabeça.
      Obrigada! Você foi parte muito importante desse meu caminho.
      Não há do que se desculpar. Certamente cada um vive e sente as experiências de uma forma. A sua gravidez e pos parto com as gêmeas certamente tiveram um outro olhar pelo fato de não ser a primeira gestação. Algumas coisas para mim pareceram bem mais complicadas justamente por ser mãe de primeira viagem. Mas esse modo avançado de maternidade que é a maternidade gemelar faz vc mudar de fase mais rápido, a se superar e a crescer em uma velocidade diferente.
      Lembro de vc falando que as meninas dormiam no mesmo berço (não consegui fazer isso!)
      Lembro tb de vc dizendo que elas tinham uma rotina bem semelhante de sono, alimentação etc; e ficava pensando quando isso aconteceria lá em casa, porque as meninas eram muuuuuito diferentes, dormiam em horários e tempos diferentes, mamavam em horas diferentes, se revezavam acordadas (isso tornou a rotina ainda mais cansativa); depois de um tempo a rotina se estabeleceu e, de fato, elas começaram a andar mais juntas e a ter horários muito parecidos. Hoje em dia é tudo mais simples.
      Lembro tambem de vc dizer que procurava amamentar as duas ao mesmo tempo e que isso era muito bom pra vc. Não tenho dúvidas de que eu teria me cansado bem menos se tivesse conseguido colocar isso em prática, mas limitações minhas e tambem diferenças de horários das meninas não me permitiram esse feito.
      Te admiro muito por tudo o que conseguiu e consegue fazer como mãe! São muitas vitórias todos os dias, sabemos bem disso.
      Obrigada por todo carinho, sempre!
      Fico muito feliz em saber que você está ai, acompanhando a gente por aqui.
      Suas filhas estão cada dia mais lindas.
      Ia ser ótimo se conseguíssemos juntas as meninas um dia… quem sabe ne…
      Beijo grande, com todo carinho!

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  2. Tb gostaria de juntar nós todas pra nos divertir e colocar os assuntos em dia… e haja assunto… maternidade gemelar, golpe, vida, viagens…. muita coisa mesmo!!!! Estou sempre ligada nos seus deliciosos posts! Fico feliz de ter ajudado um pouco,… E a vida é assim mesmo… cada um encara a coisa de um jeito… ainda bem… desde que sempre haja respeito! E a gente continua na luta por esse respeito, seja no parto, na maternidade, no voto, em ser mulher… Bjs grandes e abraços apertados

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