Existem coisas que só se aprende vivendo. Não adiantam teorias ou livros, nenhum deles vai saber explicar como você vai se comportar diante da maternidade real.
Essas eram algumas coisas impensáveis para mim antes de ser mãe – nem preciso dizer que tive que rever vários (pre)conceitos:
- Passar o dia inteiro de pijama, sem banho, sem escovar dentes: fato corriqueiro no início da licença maternidade.
- Limpar o nariz
escorrendo da criança na própria roupa: é mais forte do que eu! Quando vejo aquele nariz escorrendo e não tenho um paninho por perto, logo pego a blusa ou o quer estiver vestindo para limpar.
- Filho pequeno dormindo na mesma cama com os pais: quando pensava nisso na teoria, achava o fim da picada. “E a privacidade do casal?” Depois da vida real de mãe, não penso duas vezes em pegar alguma das meninas do berço quando acordam na madrugada e levar para dormir conosco. “Que privacidade o que?! Eu quero é dormir.”
- Não se olhar no espelho ao longo do dia: antes, o olhar-se no espelho era algo natural, simplesmente acontecia; depois de ter filhos e perceber, no fim do dia, que eu não tinha me olhado no espelho hora nenhuma para dar uma checada no visual me fez colocar essa atividade como importante no meu check list mental…
- Bebê chorando e mãe chorando junto:
antes me parecia um misto de frescura e fraqueza. Depois descobri que é o mais legítimo e sincero sentimento de impotência e de quase fim das forças. Passar noites em claro com o bebê chorando sem se consolar é de fazer qualquer adulto chorar como criança.
- Entuchar comida ou bebida na criança e continuar achando que ela está com fome ou sede: eu sempre pensei que isso era meio coisa de vó; mas descobri que isso, na verdade, é coisa de mãe; eu tenho a constante sensação de que minhas filhas estão sempre ou com fome ou com sede ou que comeram pouco ou que queriam mais…
- Dar chupeta ou brinquedo que caiu no chão sujo sem esterilizar: para mães de primeira viagem, a preocupação com a esterilização das coisas é uma neura; depois de um tempo, essa se torna uma das coisas que você simplesmente deixa pra lá; não dá para esterilizar tudo o tempo todo; além disso, a criança começa a lamber o chão… e isto está muito além do seu controle.
- Viver com poucas horas de sono (ou quase nenhuma): sempre
fui das que precisam dormir perto de oito horas para “render” durante o dia; depois do nascimento das meninas, isso ai é simplesmente impossível; virou lenda, história da carochinha, piadinha sem graça; não existe mais dormir oito horas, aliás, não existe mais dormir nem cinco horas consecutivas. Se alguma das bebês estiver doentinha então… Lição: aprendemos a viver com o que se tem.